3 de setembro de 2017

Segundas-feiras com propósito

Letícia Coelho Belém

O capítulo três do livro do filósofo Mario Sérgio Cortella aborda, de maneira sintética, uma frase muito presente no cotidiano de muitas pessoas: “Odeio segunda-feira”. Ele argumenta que quem reproduz esse tipo de expressão deve repensar quais são os seus propósitos. Se não há uma finalidade para o que se faz, dificilmente haverá felicidade ou prazer em seu exercício; será uma ação sem significado. Cortella cita o exemplo de um artista que ensaia incansavelmente por meses uma peça de teatro para, no final, apresentar quatro ou cinco sessões apenas, mas ficar muito feliz por ter um objetivo para tanto esforço.

Há também a abordagem de outra possível justificativa para tanto desânimo por parte dos funcionários de uma empresa: a distribuição desigual de tarefas, em que, alguns colaboradores ficam extremamente sobrecarregados enquanto outros podem desfrutar do ócio. Dessa maneira, é necessário que as empresas repensem as estratégias utilizadas para que as tarefas sejam melhor divididas e nenhum funcionário trabalhe por dois. Isso evitaria, por exemplo, uma rotatividade grande por descontentamento ou cansaço.

É interessante a abordagem de Cortella, apesar de algumas obviedades, ele faz com que o leitor reflita sobre seus propósitos diante daquilo que exerce. Será que há um propósito? Por que há tanta insatisfação no contexto organizacional? Algumas respostas são sugeridas pelo autor, mas parece que o objetivo maior, não só deste capítulo, mas do livro ao todo, é instigar uma autoanálise e encorajar, quem sabe, uma possível mudança.

O tema abordado é envolvente por se relacionar com o cotidiano; a leitura é fácil e prazerosa, pois a linguagem utilizada é objetiva, facilitando a compreensão rápida do que o autor quer transmitir, o que provoca interesse em continuar a leitura do livro. É dessa forma que o capítulo, sobretudo o livro, trabalha: motivando reflexões sobre “Por que fazemos o que fazemos?”.

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