12 de novembro de 2018

A SUBVERSÃO DA SUBJETIVIDADE NO TRABALHO

Jonathan Andrade

No trabalho me sinto livre, com aquele sentimento de liberdade
Aflora no peito a sensação de criatividade
Mesmo inerente à ele, sinto tal compaixão
Onde o sentimento me parece puro, mas é uma doce ilusão
No qual a mente presa na fixação de uma realidade é mais subversiva do que se pode imaginar
Entre escolher ser livre em uma gaiola e nem em uma gaiola estar.

O que penso não é que sou livre, nem que sou livre porque penso
A melancolia de não o ser, realmente, é profunda introspecção
Uma vez que podemos nos sentir arbitrários, mas em fechada condição
Onde o ócio comanda a melhor sensação

Como um ser livre em suas próprias escolhas, ó escravo,
No qual almeja apenas a satisfação como alvo
Fruto de um passado corrompido, degradado

Não obstante no seio de crescer, não apenas era livre em condições fechadas,
Mas era fechado em suas livres condições, pobre escravo.
Todavia, basta retirar o trabalho de sua vida para não sentir-se escrachado

Talvez tal trabalho não seja assim tão ruim, basta ausentá-lo.

A ponte da dislexia

Eduardo Jorge Lucresia dos Santos

Da dislexia, já sabemos – ou deveríamos saber – que é um transtorno de aprendizagem causado por uma disfunção neurobiológica, ou seja, de responsabilidade dos circuitos cerebrais e conexões neuronais não suficientemente estruturados, os quais causam dificuldade de identificar visualmente a forma, reconhecer e acessar os sons das letras para obter sucesso na formação de palavras, limitando o desenvolvimento da fala e da linguagem.
Após fundamentado o conceito de dislexia, notamos que as principais características de pessoas com essa disfuncionalidade é a dificuldade no entendimento, memorização, interpretação e raciocínio de conteúdos veiculados pela leitura e escrita.
Dislexia pode ser considerada uma deficiência? Toda perda ou anormalidade de uma estrutura ou função psicológica, fisiológica ou anatômica que gera incapacidade para o desempenho de atividade, dentro do padrão considerado normal para o ser humano pode ser classificada como deficiência como é mencionado no Decreto nº 3.298, de 20 de dezembro de 1999, que regulamenta a Lei no 7.853, de 24 de outubro de 1989.
Avançando a discussão para o âmbito corporativo, podemos notar que as características antes citadas como principais dificuldades de um disléxico são também as principais características observadas e avaliadas em processos seletivos, seja para uma CLT ou estagiário. E aqui chegamos no ápice do nosso tema. Deste modo, como essas pessoas serão introduzidas a esse mundo com suas dificuldades? Uma das maneiras mais clássicas e mais utilizadas para avaliação de um candidato é a elaboração de redações que pode ser encontrada tanto em meios corporativos e/ou universitários, e está talvez seja o pior pesadelo de um disléxico, uma vez que seus erros de português e concordância são evidenciados ao extremo em um momento de tenção e decisão.
Em minha vida, tenho a “oportunidade” de acompanhar de perto o mundo das dificuldades e traumas de um disléxico, onde com 22 anos não consegue nenhum tipo de emprego, justamente pelo método empregado nos processos seletivos que já participou. Testes de linguagens, matemática, raciocínio lógico e a própria redação. Para o disléxico, não há nada pior do que uma folha em branco avaliativa.
Vivemos em um mundo onde a tecnologia é uma das plataformas mais avançadas de otimização de resultados, e a melhor maneira de ajudar disléxicos na introdução ao mercado de trabalho é a diferenciação no método de avaliação, seja por meio da própria tecnologia, no qual o candidato tem a oportunidade de sair da tradicional caneta e papel, ou ainda de maneira conservadora, com aplicação de testes orais onde o disléxico tem a clareza de pensamentos x ações. O corpo entende as dificuldades e acaba compensando os sentidos afetados, diferenciando e aguçando outros.

O dilema do marketing digital

Leandro Garcia Marques

O mundo atual vive em uma era de intensas modificações. É possível ver o quanto de tecnologia o nosso dia a dia está rodeado. Celulares, automóveis cada dia mais tecnológicos, computadores, tablets, elevadores, entre outros. Diante de tanta modernidade, é complicado conseguir a atenção das pessoas fora do mundo digital. Outro fato que alterou-se com a evolução da tecnologia foi a mudança, em grande parte do mundo, da maneira que se faz uma propaganda.
Quando fala-se em propaganda no mundo tecnológico, estamos falando de uma forma indireta sobre o marketing digital, este, cada vez mais está mudando a forma com que as empresas têm conseguido comunicar-se com seus clientes. Quantas vezes você estava navegando em suas redes sociais e deparou-se com propagandas? Quantas vezes comprou produtos em alguma loja e ao finalizar a compra teve a opção de digitar seu celular ou e-mail para que pudesse receber as promoções da loja?
Segundo pesquisas feitas pelo Ibope e outros meios de comunicação, é possível dizer que 94% dos internautas brasileiros fazem compras online, e que dentro destes consumidores digitais, 48% está entre 25 e 44 anos. Outro dado dessa pesquisa é que aproximadamente 50% das empresas que estão situadas na América Latina fazem uso de, ao menos, uma plataforma das redes sociais, e a partir da entrada no meio digital estas empresas possuem um crescimento de até 18% em seu faturamento. Tais dados podem ser considerados alarmantes, mas é possível entender estes números quando analisamos a quantidade de sites de compras coletivas, que representam, aproximadamente, 250 apenas no Brasil.
O colunista da Folha de S.Paulo, Nizan Guanaes, em um de seus textos diz que: “Propaganda boa é aquela que vira cultura popular. Duvida? Pergunta lá no posto Ipiranga. É só olhar. Esse tipo de propaganda na maioria das vezes é tão cultura local que não ganha Leão no Festival de Cannes nem prêmios internacionais. [...] É essa a propaganda na qual eu acredito. E ela pode ser feita em qualquer plataforma. Na internet, nas mídias de rua, num viral de celular. O que eu recebo de coisa linda no meu celular é inacreditável.”
Diante da situação mundial, pode-se dizer que o marketing digital é e será por um longo tempo a tendência do mercado. Seu uso está diretamente ligado com o seu público-alvo - os consumidores - os quais possuem, em grande parte do tempo, um aparelho eletrônico com acesso à internet e as mídias sociais. Com o aumento de empresas utilizando as plataformas digitais para “conversar” com seus clientes, elas podem criar uma fidelização e, a partir deste ponto, criar promoções ou ações para que atinjam a maior parte de seus fidelizados.
Por outro lado, no Brasil, ainda é difícil conseguir atingir toda a população, uma vez que existe uma parcela considerável na qual ainda não possui acesso à internet em seus celulares ou domicílios. Essa falta de acesso pode ser explicada pela desigualdade social existente no país. Isso acontece muitas vezes por conta do custo da internet ainda ser alto em muitos lugares.
Portanto, no Brasil, ainda é preciso fazer um estudo minucioso antes de entrar com investimentos para a área digital, pois se o uso for apenas do marketing digital, estará deixando parte da população de fora do seu comércio. Ao analisar os mercados internacionais, por exemplo, é possível ver cada vez menos empresas que atuam de forma exclusiva com o marketing digital, e isso é explicado devido à grande porcentagem da população sem acesso à internet.

Autogestão: A chave para o sucesso.

Anna Carolina B. Nogueira

Atualmente, no mundo corporativo, um dos temas que tem discutindo-se muito é o da autogestão, pois autogerir-se tornou uma grande competência que traz um enorme diferencial competitivo para atuar e obter sucesso em qualquer área de uma empresa.
Um dos fatos que vem assolando grande parte dos jovens e também de adultos que já estão inseridos no mercado de trabalho é: como poder administrar o tempo de forma útil. Ter autogestão é fazer com que seus atos tenham alguma finalidade com propósito, e essa finalidade seja bem executada, de forma eficaz e com planejamento. Além disso, nota-se que pessoas que são regradas, conseguem obter um bom nível de produtividade, seja ela na vida acadêmica ou na profissional.
A Fundação Getúlio Vargas, juntamente com a INSPER, fez uma pesquisa na qual pôde concluir que o mercado está exigindo profissionais que possuem autogestão, porque os gestores associam que funcionários que tem essa competência, também são organizados. De acordo com esse estudo, normalmente os profissionais que tem o poder de gerir a própria vida, são aqueles que estão em cargos altos, e tornaram-se bem sucedidos dentro do mercado de trabalho.
Com base no tema, foi elaborado uma pesquisa de campo para comprovar que a autogestão é eficaz, porém uma parte da população sente enorme dificuldade ao realizar suas tarefas em um tempo estipulado. Pode-se concluir que 62,5% das pessoas, são organizadas e acreditam que a autogestão gera impactos positivos em suas vidas. Enquanto isso, 37,5% tem a consciência de que essa qualidade é fundamental para obter sucesso, porém não conseguem obter êxito ao tentar controlar o tempo, por conta de distrações do dia-a-dia, e principalmente das redes sociais.
Sendo assim, após os dados dessas pesquisas, fica perceptível concluir que ser o autor do próprio eu pode nos levar a grandes posições futuras. Gerir o tempo é a chave para alcançar grandes sonhos, de forma que só seja feito na vida aquilo que tenha um sentido. Para alcançar isto, basta executar suas tarefas em um tempo determinado, para que assim seu dia seja regrado e você faça diversos afazeres com produtividade, e por fim, alcançando a sua realização profissional, acadêmica e até mesmo pessoal.

Comunicação Organizacional: um meio para o sucesso de mercado

Beatriz de Góes Camargo

Desde a pré-história, detemos o conhecimento que a comunicação é fator inerente e indispensável aos seres humanos, pois é por meio dela que desenvolvemos e estabelecemos nossas relações pessoais e interações humanas. Atualmente, a comunicação não é apenas uma simples transmissão de mensagens, ela é a criação de um ambiente comum entre dois lados que fornecem e extraem informações entre eles.
Com uma sociedade altamente globalizada e com transformações constantes, saber comunicar-se bem tornou-se indispensável para os indivíduos, porém não somente a eles, mas para as empresas, afinal, elas também devem se preocupar com a comunicação, principalmente no que diz respeito às mensagens por elas transmitidas.
Segundo Gary Kreps, especialista em comunicação, em sua obra “Comunicação Organizacional: Teoria e Prática”, a comunicação é um processo dinâmico e contínuo, no qual permite aos membros da organização trabalharem juntos, cooperar e interpretar as necessidades e as atividades sempre mutantes da organização. A comunicação humana não começa e nem termina, as pessoas estão envolvidas constantemente com a comunicação consigo mesmas e com as outras pessoas. Portanto, os membros da organização devem ser capazes de reconhecer e interpretar a grande variedade de mensagens disponíveis, para que lhes permitam responder de maneira apropriada as distintas pessoas e situações, pois a comunicação é uma realidade inevitável de pertinência a uma organização ou vida em geral.
Entretanto, uma pesquisa realizada por Project Management Institute (PMI), instituto sem fins lucrativos e de liderança em gestão de projetos, identificou que 64% das empresas brasileiras possuem falhas de comunicação. E estes problemas acarretam diretamente em 66% do não cumprimento de prazos e 62% de mudanças constantes no escopo da organização, causando, consequentemente, deficiências em gestão das empresas brasileiras.
Planejar a comunicação de uma organização envolve levar em consideração os receptores, priorizar os objetivos da mensagem que será transmitida, escolher os meios adequados de envio e analisar a efetividade da recepção, buscando eventuais correções de problemas.
Comunicar-se com assertividade transmite à confiabilidade, por isso uma empresa deve planejar bem sua comunicação para conseguir uma boa aceitação no mercado. Sendo assim, cabe aos gestores planejar conscientemente como se dará à comunicação da organização com seus agentes internos e externos, para proporcionar a assertividade e confiabilidade ao negócio.

A EMPATIA EM UMA SOCIEDADE LÍQUIDA

Catarina Guerra Sobreira

A empatia é um dos pilares do relacionamento, é a ação de colocar-se no lugar do outro para entender seu ponto de vista, suas perspectivas, seus sentimentos. O uso da empatia é um tema cada vez mais comentado nas empresas e nas relações em sociedade, isso porque ela é imprescindível para manter um vínculo com o outro de forma a respeitar cada um dos lados e compreender profundamente a pessoa com a qual está trocando experiências. Nas empresas, é cobrado dos líderes e da área de RH o posicionamento empático em relação aos funcionários para criar um ambiente harmônico e respeitoso no trabalho, fazendo com que o colaborador sinta-se confortável emocionalmente e possa desenvolver-se de forma mais eficaz. A não compreensão da empatia como uma ferramenta organizacional ou como um pilar do relacionamento interpessoal, traz consideráveis barreiras para a comunicação e até mesmo para o bem-estar geral das pessoas.
      A empatia é dividida em três tipos, segundo Daniel Goleman (2018) - codiretor do Consortium for Research on Emotional Intelligence in Organizations na Rutgers University:
•Empatia cognitiva: a capacidade de compreender a perspectiva da outra pessoa;
•Empatia emocional: a capacidade de sentir o que a outra pessoa sente;
•Preocupação empática: a capacidade de sentir o que a outra pessoa precisa de você.
          Entender as pessoas que gostamos é sempre mais fácil do que entender alguém que você encontra na rua ou um cliente que você atende poucas vezes. Porém, é justamente para as pessoas que não conhecemos ou, eventualmente, as que não gostamos, que precisamos aplicar a empatia da forma mais profunda. Isso porque quando conhecemos alguém, geralmente sabemos pelo o que a pessoa está passando naquele momento, compreendemos seu humor, seus trejeitos e sua forma de ver o mundo. Quando não conhecemos ou quando há algum tipo de inimizade logo no começo, criamos uma espécie de barreira e passamos a não enxergar o outro de forma empática.
           No ambiente corporativo, é cada vez mais comum perceber funcionários reclamando da falta de compreensão dos líderes ou dos seus companheiros de equipe. Para clientes, é habitual receber avaliações sobre como a empresa ou seu produto não atendem suas necessidades. Em um artigo para o blog Desk Manager, o autor Rafael Fialho Teixeira (2018) diz: “uma empresa pode usar tecnologias de ponta, apostar nos melhores treinamentos e no mais completo modelo de negócio para obter destaque no mercado. Mas nada disso será suficiente se não há a valorização das pessoas. São elas que possibilitam o desenvolvimento de projetos e o avanço de qualquer técnica. Por isso, cada vez mais os gestores estão buscando compreender o que é empatia”. A falta de empatia com os colaboradores pode refletir nas atividades de todos os profissionais envolvidos e acarretar baixa produtividade. Já no atendimento, os clientes não voltarão a fazer negócios se não participarem de um diálogo mais personalizado. 
      Frente à competição tão acirrada no mercado consumidor, adquirir uma postura empática pode ser a chave para o sucesso de uma empresa. Um modelo que atenda as expectativas do cliente e uma cultura organizacional que motive os colaboradores traz uma enorme diferença na construção dos relacionamentos empresa versus cliente.
            Ainda citando Rafael Fialho Teixeira (2018), “empatia significa ‘colocar-se no lugar do outro’. Consiste na habilidade de perceber o outro, sem que ele precise dizer algo acerca de sua situação emocional ou afetiva", isto é, estar disposto a compreender o outro como se estivesse na mesma situação – demonstramos empatia quando somos sensíveis à alguém. Dessa forma, nossas decisões se mostrarão mais adequadas e coerentes, facilitando a comunicação e a resolução de conflitos, além de melhorar o clima organizacional.
         Temos, no entanto, um dilema atual do qual tanto o lado pessoal quanto o profissional é afetado. Vemo-nos numa época de individualidade latente no ser humano que, como Zygmunt Bauman - sociólogo que estuda a Modernidade Líquida -, nos aponta, "tudo está agora sempre a ser permanentemente desmontado, mas sem perspectiva de nenhuma permanência. Tudo é temporário. É por isso que sugeri (Z. Bauman) a metáfora da 'liquidez' para caracterizar o estado da sociedade moderna, que, como os líquidos, se caracteriza por uma incapacidade de manter a forma." Dado isto, fica cada vez mais difícil construir relações com o outro, quando vemos que tudo é passageiro.
            Nesse novo tempo em que vivemos, é cada vez mais necessário incentivar o ouvir, o entender o outro, o perceber. É dessa forma, aprendendo a nos 'reconectar' com o outro, que passaremos a identificar o sentimento necessário para ter empatia. Bauman ainda completa: "diferentemente dos perigos antigos, os riscos que envolvem a condição humana no mundo das dependências globais podem não só deixar de ser notados, mas também minimizados, mesmo quando notados." Isto é, não conseguimos mais perceber a fundo o que acontece ao nosso redor, com a sociedade, com as empresas, com as relações familiares, com as pessoas. O esforço para perceber o outro tem de ser redobrado.
        Quando deixamos de levar em conta as opiniões, propostas e visões do outro, estamos apenas nos distanciando do que poderia ser uma troca. Quando só levamos em conta nosso ponto de vista e nossas vivências pessoais, há uma perda do debate, da discussão e, consequentemente, do crescimento ao colocar as ideias em xeque e perceber nossos erros e acertos. O efeito disso é este distanciamento e essa 'liquidez' das coisas, fazendo com que as relações se percam e perde-se junto a possibilidade de ter empatia com seu conseguinte.
  Hoje, quando estudamos sobre as empresas neste curso, vemos que o mercado gira em torno do consumo, dos desejos e necessidades dos clientes. Como será possível entender o que o cliente precisa se não analisarmos o modo como ele pensa, como decide ou julga em sua vida? É preciso 'entrar' na cabeça dos consumidores do seu produto, colocar-se no lugar dele para entender seus gostos e decisões por compra. De forma ampla, a empatia precisa ser utilizada aqui, senão, o julgamento de qualquer pesquisa de mercado será no mínimo superficial.
  Dentro da empresa é como se houvesse outros tipos de clientes, mas ao invés de trocar mercadoria por dinheiro, troca-se o salário por desempenho. Contudo, esse desempenho que será alcançado vai depender muito do nível de satisfação do colaborador no ambiente corporativo. John Locke (1976), descreve "a satisfação no trabalho é como um estado emocional positivo que resulta do apreço do seu trabalho ou experiências profissionais. O apreço envolve vários elementos do posto de trabalho tais como o salário, condições de trabalho, colegas e chefia, oportunidade de ascensão na carreira e o próprio trabalho em si." Há mais fatores que envolvem essa troca do que apenas o salário, portanto, vemos que é necessário que no ambiente organizacional haja uma interação entre os indivíduos, uma relação. A empatia é fundamental neste ambiente, pois há pessoas de todos os tipos, gêneros, vivências e formas distintas de ver o mundo em um único departamento. Colocar-se no lugar do seu colega, seu chefe ou subordinado, torna-se essencial para que todos entendam a sua importância e a importância do outro naquela organização, e possam assim, criar vínculos reais de entendimento para que torne-se um ambiente agradável para o labor.
 Aprender a ser tolerante tem a ver com aprender a respeitar o outro. É assim que aceita-se a diversidade nas relações diversas que temos no nosso dia-a-dia e que construímos cada vez mais uma sociedade na qual há respeito e compreensão das diferenças, porque somos diferentes. Como o renomado psiquiatra Carl Gustav Jung celebremente nos põe: "conheça todas as teorias, domine todas as técnicas, mas ao tocar uma alma humana, seja apenas outra alma humana". Portanto, ver o outro como se fosse você próprio é a melhor forma de ver alguém.

Depressão: O grande transtorno da sociedade moderna

Suzana de Luna Silva 

Conhecida como "O mal do século XXI", a depressão é uma doença moderna que acomete principalmente jovens de faixa etária entre 14 e 20 anos, em conformidade com pesquisas realizadas pelo mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil contava com 5,8% da população sofrendo de depressão em 2016, que corresponde em média, 11,5 milhões de brasileiros. Ainda conforme a OMS (2016), entre os países da América Latina o Brasil é o que possui maior número de pessoas com depressão e, além disso, essa doença afeta 322 milhões de pessoas no mundo, fazendo com que a mesma torne-se a segunda maior preocupação em termos de saúde pública no planeta até então.
   Convém frisar que, a depressão se dá através de vários fatores e estão intrinsecamente associados à dor emocional, sendo ela incomparável com a dor física e até mesmo em relação às consequências que causam a mesma. Por vezes, o possível motivo de uma pessoa ter depressão são traumas sofridos, advindos de abusos e violência em geral e podendo ser causado também por frequentes eventos estressantes, como um divórcio, gravidez ou problemas familiares. Em casos aparentemente isolados, as mulheres têm mais tendência de desenvolver o distúrbio por conta da instabilidade hormonal a que estão sujeitas, além de eventos estressantes como o parto. O fato de idosos, na maioria dos casos, encontram-se socialmente isolados, aumentando assim o risco de depressão nesta faixa etária.
   A falta do entendimento dos mecanismos biológicos e sociais que desencadeiam a depressão e seus sintomas, fazem com que o indivíduo avaliado com depressão seja visto como uma pessoa fraca, dramática e infeliz diante da sociedade, e esse estigma expõe a ideia de que ele escolheu ficar assim e, portanto, só depende dele sair desse quadro. Com isso, a depressão acaba sendo negligenciada tanto pela sociedade, quanto pelos indivíduos que a tem, agravando cada vez mais tal adversidade, e em muitos casos, levando ao suicídio, que atualmente conta com percentuais relevantes nos noticiários.
   Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É importante que a nação preste a devida atenção e assistência frente a presença dessa doença, na qual ganhou muito espaço na vida das pessoas atualmente, para que elas possam receber o amparo necessário. Aliás, a compreensão da família e amigos é essencial. Para tanto, mais informações acerca do assunto é relevante, como mais comunicação nas mídias e palestras nas instituições de ensino e postos de saúde para discutirem os mecanismos e sintomas da doença, a fim de instruir a população de modo geral, para que assim haja intervenção sobre o caso e as pessoas que se diagnosticam depressivas não sintam-se desamparadas na sociedade, o que é de suma importância, já que a própria doença faz sentir-se isolado. Além disso, o ideal seria o aumento da viabilidade de centros especializados no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da doença, de modo que todos tivessem acesso de maneira menos burocrática, afinal, a urgência que esses serviços demandam hoje em dia faz com que o auxílio em locais públicos sejam essenciais para atender os menos providos de recursos em geral. E como disse Augusto Cury, psiquiatra, professor e escritor de livros de psicologia aplicada: "Nunca despreze uma pessoa deprimida, a depressão é o último estágio da dor humana".

Relacionamento Interpessoal

João Pedro de Carvalho Reis

O contato com pessoas é algo que ocorre naturalmente no cotidiano humano. Um bom relacionamento interpessoal acarreta em numerosos benefícios para a sociedade, independentemente do cenário em que isso aconteça. O relacionamento é responsável por inúmeros fatos na vida humana, e se for benéfico, pode proporcionar experiências boas, mas caso contrário pode mudar a maneira que você enxerga algo ou alguém.
Segundo um estudo realizado na Universidade Federal de Campina Grande (UFCG), os docentes relatam o quão importante é para os universitários o bom relacionamento de um discente dentro da sala de aula. O bom relacionamento de um discente traz mais confiança e tranquilidade para os docentes durante a prestação do curso, e isto impacta positivamente na produtividade dos alunos durante o mesmo. O estudo relata também que a falta de um bom relacionamento do discente pode impor um entendimento equivocado do papel por ele desenvolvido dentro do ambiente de estudo, e isto acarreta, consequentemente, no desânimo dos indivíduos que estão presentes com o intuito de aprender e sentirem-se confiantes a respeito daquilo que está sendo executado.
O autor Charles Dhigg, em sua obra “O Poder do Hábito”, descreve que em meados dos anos 2000, o Rhode Island Hospital tinha uma reputação: a de um lugar cindido por tensões internas, por conta da falta de reconhecimento que os médicos tinham pelo trabalho dos enfermeiros. A comunicação pobre entre os funcionários trouxe a morte de um senhor de 86 anos, porque o estilo de comunicação acabou ocasionando um erro na cirurgia em que faziam. O caso foi só um dos que ocorreram no hospital por falta de importância que os médicos davam aos enfermeiros.
Devemos ter em mente que o respeito com as outras pessoas é muito importante para a vida pessoal e profissional de um indivíduo, pois posteriormente a uma reestruturação dos conceitos do Rhode Island Hospital, o número de acidentes e conflitos diminuíram consideravelmente.
O bom relacionamento interpessoal, conforme relatado nos fatos, é importante para o bem comum da sociedade, no qual as pessoas precisam dar mais importância para o assunto. Na grande maioria das empresas atualmente esta tese é muito pautada, para que todos sintam-se bem no ambiente que estão vivendo. O ser humano tem capacidade de mudar a vida de outra pessoa apenas desenvolvendo um bom relacionamento.


O Capitalismo e sua espada de dois gumes

Gabriel Ladislau da Cunha Dias

Atualmente, é comum nos corredores de universidades e grupos intelectuais, escutarmos críticas adversas contra o Capitalismo, e os mesmos utilizam diversos pontos para justificarem sua resistência contra a aceitação desse sistema, já que atualmente enfrentamos a extrema pobreza, a concentração de capital nas mãos de poucos, dentre outros. Entretanto, contrariando essas afirmações, a evolução tecnológica em todos os âmbitos possíveis, como na medicina, indústria, sistemas educacionais e na área bélica é total fruto do livre mercado.
   Se observarmos em uma escala maior, ultrapassando a unidade de décadas, e chegando aos séculos, a humanidade passou eras inteiras a beira da miséria, onde a riqueza e o controle do rumo dos grupos sociais estavam nas mãos de reis e líderes sem preparo e estudo nenhum. Sem a evolução do mercantilismo, que por muitos econômicos é considerado o “pré-capitalismo”, a Revolução Francesa (1789) e a 1ª Revolução Industrial (1750-1800), o mundo, por total domínio do extremismo religioso e ignorância econômica, mataria a ciência e seus avanços, e hoje provavelmente nosso planeta teria 90% menos habitantes; e desses sobreviventes, a maioria não viveriam mais que 35 anos, garantindo seu sustento por meio de plantações e meios de produções precários.
   De acordo com Deirdre McCloskey, economista na Universidade de Illinois (Chicado, EUA), considera como o motor do crescimento capitalista permitiu ao planeta sustentar quase 7 bilhões de pessoas, comparado a 1 bilhão em 1800. Basta multiplicar o aumento no consumo do ser humano médio pelo aumento em expectativa de vida ao redor do mundo por sete (para 7 bilhões de pessoas contra 1 bilhão de pessoas), a humanidade como um todo está melhor por um fator de aproximadamente 120. Não se trata de 120% melhor, mas 120 vezes melhor em relação a 1800.
   Com base em uma pesquisa da ONU e outros órgãos sociais internacionais, a quantidade de pessoas que vivem hoje com menos de 2 dólares por dia é menos da metade do que era em 1990.
   Portanto, com o Capitalismo diversas nações de todos os lados do mundo estão interligadas, onde uma depende da outra, por um ponto, países extraem matéria-prima e fornecem mão de obra, como Brasil, Índia, México, etc. Já outros produzem através das matérias-primas, produtos dotados de tecnologia para serem comercializados nacionalmente e internacionalmente. Dando a oportunidade de nações que não tem recursos naturais de participarem do processo, garantindo sua sustentabilidade econômica. De fato, sua existência causou uma reestruturação mundial, que gerou várias adversidades, como a desigualdade social e monopolização de mercado, mas isso faz parte do processo de amadurecimento desse sistema econômico, que com o passar das décadas, suprirá as necessidades do globo.


Como é bom viajar

Thais Alves Da Mota

Como é bom viajar.
Pode ser pela estrada,
Pelo ar,
Ou até mesmo pelo mar.


Como é bom viajar.
Sentir novas energias,
Aprender uma nova cultura,
Conhecer novas pessoas,
Sentir a alma se renovar.


Como é bom viajar!
Para perto ou para longe.
O que importa mesmo é o destino e o que encontramos por lá.
Porque viajar alimenta o corpo e a alma.
Enriquece a vida.
Afinal, tudo se torna mais divertido quando saímos para fora da caixinha.


Stephen King, um mestre da escrita

João Vitor Selis dos Santos

Podemos chamar de criatividade toda e qualquer atividade criativa; está comumente associada com as artes, porque a arte é a habilidade que trabalha a expressão do potencial humano, através da inspiração. A inspiração em muitos momentos é apenas a consciência da nossa grande vontade de criar algo novo. Recentemente, comecei a me interessar grandemente pela arte e sua história, pois, já tem alguns anos que eu e um amigo estamos trabalhando em nosso primeiro livro de ficção - ele tem muito mais talento para a escrita - então, decidi também estudar escrita criativa. E foi assim que encontrei este livro, intitulado “Sobre a Escrita”. É um livro bastante conhecido, porque é a autobiografia de um dos melhores: Stephen King, um mestre do gênero de terror e suspense. Nesse livro, o autor apresenta a jornada de sua infância até o momento em que ele está escrevendo o livro. O objetivo dele é nos mostrar o processo de amadurecimento de um escritor. O autor nos conta sobre sua grande vontade de contar estórias; das aventuras de sua infância e dos filmes que até hoje o influenciam em seu trabalho criativo. Eu me diverti muito lendo a autobiografia, toda a narrativa é sempre contada com bom humor; um humor ácido, satírico, comum ao autor. Se alguém pode dar conselhos sobre como escrever, com certeza é o Stephen; sua escrita envolve o leitor. Terminamos o livro sem notar a rapidez com a qual viramos as páginas. E antes de completar a leitura do livro ainda fui agraciado com aquilo que realmente havia me levado a ler a obra, seus conselhos sobre a escrita. Eu recomendaria esse livro para qualquer pessoa, porém, se você também tem interesse em aprender a melhor forma de escrever um bom texto, este livro é indispensável, uma leitura obrigatória. E não se preocupe, provavelmente, estarei disponível para ouvir os seus agradecimentos pela recomendação.

Você sabe sofrer?


Thayná Alaíde dos Santos

Nós sofremos apenas pelo que não entendemos, ou não aceitamos. Resumindo: sofrer é aceitar o que está sentindo, tentar entender e conversar consigo mesmo, fazendo uma autoanálise dessa situação.

E essa dor não pode ser vivida para sempre, como se fosse inédita, porque isso é um trauma, e quando não cuidamos da nossa dor ela transforma-se em um trauma, pelo fato de não tratarmos ela com carinho e com a devida atenção, seja através de um pedido de desculpas, um psicólogo, ou consigo mesmo.
Se aquela dor de anos atrás ainda te congela, ela pode doer, angustiar ou trazer uma certa nostalgia, mas nunca te congelar como se o mundo parasse.
Então saber sofrer é se entregar ao momento que necessita de sofrimento.