8 de maio de 2013

Dois dedos de prosa


Giselle Larizzatti Agazzi   

          Um dos fenômenos que mais me assusta nos dias de hoje é a falta de tempo que os homens têm para, como diria meu avô António, “trocar dois dedos de prosa”. “Dialogar”, para os que gostam de pesquisar a etimologia das palavras, remonta o sentido da comunhão entre as pessoas: da fusão das palavras gregas “dia” e “logos”, um dos significados é exatamente o de construir sentidos através de palavras que se encontram e se enfeixam em novos pensamentos. 

          O diálogo, pois, é o encontro entre os discursos. E aqui está o valor da conversa descompromissada. 

         Não raras vezes, entramos na sala dos professores e vemos todos eles (todos nós!) cheios de coisas a fazer, correndo de um canto a outro, imprimindo, recebendo aluno, corrigindo prova, preparando aulas...e a vontade de conversar vai se intimidando diante dos compromissos do dia que devem ser cumpridos. 

         Entretanto, e é aqui que reside a vida verdadeira, resistem as “brechas” do tempo: um dia ensolarado, nosso colega Ricardo Belchior comentou rapidamente sobre um aluno brilhante da Engenharia Química. 

       Logo me interessei, porque, tendo como última entrevista a do Reitor, nada mais justo do que entrevistar um estudante, para fecharmos o ciclo. Das integrantes do grupo Palavras Conectadas da FEI, vi os olhos brilharem com a proposta de conversarmos com um colega. Ao nosso convite, Allex Cabral respondeu prontamente e conosco compartilhou seu “entusiasmo”, outra bela palavra, quando conhecida por dentro dos seus sentidos etimológicos. Mas esses outros sentidos ficam para serem iluminados pelos espectadores/leitores que seguramente se entusiasmarão com a entrevista concedida por ele.