7 de junho de 2016

Inteligência Artificial

Por mais que o termo “Inteligência Artificial” esteja empiricamente relacionado

aos avanços técnico-científicos do século XXI, seu conceito remete ao período

histórico dos filósofos gregos. Aristóteles por exemplo, pensava em formas de não

necessitar da mão de obra escrava, tendo um objeto que por vontade própria

oferecesse meios para a sua autogestão. Platão, em sua concepção sobre o

inatismo, aponta o caminho para a autoaprendizagem, idealizando assim o que hoje

conhecemos por ciência cognitiva.

Com o desenvolvimento da ciência, do método científico e com a

reestruturação do que na antiguidade clássica era o trivium e o quadrivium, temos a

Inteligência Artificial como conhecemos hoje. Esta se ramifica em muitas áreas, que

vão desde a psicologia e biologia, até a filosofia. É uma área da ciência da

computação que busca maneiras de não apenas resolver problemas lógico-

matemáticos, mas de criar o que seria um pensamento próprio, onde um programa

não necessite de alguém para desenvolvê-lo, ele mesmo se desenvolveria através da

autoaprendizagem e procuraria formas de se adaptar e contornar qualquer problema.

A exemplo, utilizando redes neurais artificiais, o laboratório DeepMind, do

conglomerado Google, desenvolveu um robô chamado AlphaGo, capaz de se

aperfeiçoar com treinamentos por aprendizagem de máquina, derrotando assim um

campeão mundial no jogo chinês Go, um jogo que requer estratégia e até mesmo

intuição humana em determinados momentos.

A Inteligência Artificial nada mais é do que uma estrutura que vem sendo

aperfeiçoada diariamente por consequência dos avanços tecnológicos e científicos. É

algo imenso que tende a ascender com o intuito de proporcionar mais conforto e

comodidade ao ser humano.

O arcabouço é de um computador que conseguiu ganhar de um campeão

mundial em um jogo. A conjuntura leva a uma tecnologia capaz de se aprimorar

sozinha, e no futuro ser uma ferramenta de auxilio da humanidade com a finalidade

de resolver problemas, podendo até mesmo auxiliar na medicina.

Em contra partida, Stephen Hawking afirmou que um sistema, ao ficar cada

vez mais inteligente, pode representar um perigo para o ser humano. Redes

autônomas interagindo com questões de segurança coletiva, privacidade e decisões

emocionais sem duvida é um temor compartilhado por inúmeras pessoas, muitas

vezes por não saberem o que esperar de uma tecnologia nova como esta, que ganha

mais espaço diariamente nos círculos tecnológicos, por mais que seu conceito seja

oriundo da antiguidade clássica.

Ainda estamos distantes de uma realidade onde a Inteligência Artificial pode

aprender coisas com a mesma flexibilidade que o ser humano. Interagir com sutilezas

e tomar decisões éticas complexas são coisas que cabem ao Homem. Mesmo sendo

superiores em alguns aspectos, os computadores não apresentam potencialidades

encontradas em um humano, que é capaz correlacionar aspectos intelectuais e

emocionais.

É natural para o ser humano agir em determinadas situações com mais

tolerância, algo impossível para robôs, pelo fato de serem estruturados

primordialmente, e atualmente, exclusivamente pela lógica. Até o momento as redes

neurais artificiais foram usadas para tarefas específicas, como derrotar um campeão

mundial em um jogo, por exemplo.

O caminho ético que deve ser tomado ao ponto de garantir tecnologicamente

que um robô seja capaz de tomar decisões difíceis e agir como um humano fora

retratado por Isaac Asimov, onde ele expressou em meados da década de 50 que

uma máquina autônoma não deve ferir um ser humano ou, por inércia, permitir que

um humano seja ferido.

Os benefícios que esta tecnologia pode oferecer são reais, a comodidade de

um gerenciamento doméstico ou a funcionalidade de uma máquina que possa

interagir sem demonstrar ser uma máquina, ao ponto de compreender perfeitamente

diversos idiomas do planeta, juntamente com sua escrita, é algo formidável.

No entanto, é preciso ressaltar que um sistema inteligente tende a simular e a

se desenvolver a partir de um referencial humano, podendo errar como nós, assim

como fazemos em momentos de aprendizado. O próprio AlphaGo perdeu uma partida

das cinco que foram disputadas com Lee Sedol. Antes de usufruir dos benefícios

desta tecnologia é preciso superar declives a estar atento a eventualidades e

singularidades, de forma a superá-las quase que de imediato, da forma mais

competente possível.



Gabriel Ribeiro

2º Ciclo Noturno Ciência da Computação

1º Semestre 2016 – FEI-SBC