19 de abril de 2017

A rede do vício social

Vitor Trindade


A terceira revolução industrial – informacional – por meio da internet trouxe consigo o começo de uma nova era. Dessa maneira, as noções de distância e tempo foram completamente reduzidas, assim este último pode ser mais bem aproveitado. No entanto, seu uso indevido e compulsivo nos faz reféns das interações sociais e de nosso próprio ego.
As redes sociais – que têm como papel aproximar as pessoas – moldam o padrão de vida atual. A necessidade de estar constantemente conectado nos priva das relações sociais reais, diminuindo o contato no ciclo familiar e também gerando um distanciamento das pessoas que de fato estão a nossa volta. Logo, os ciclos de amizades virtuais se tornam cruciais e importantes, dignos de nosso tempo e atenção sem que haja um contato ou aproximação, caracterizando-se, portanto, em um ciclo social sintético.
Diante disto, vemos uma crescente valorização do reconhecimento online, onde esse está diretamente ligado à sensação de prazer e prestígio, fazendo com que, de forma irracional, busquemos cada vez mais visibilidade nas redes sociais ao ponto de expor até mesmo questões pessoais numa busca incansável por aceitação. Isto reflete imediatamente no proveito do tempo, que não se faz presente, visto que é usado em relações fracas e prazeres momentâneos, deixando de aproveitar os benefícios propiciados pela Era da Informação.
Apesar da drástica redução da distância e do tempo, essas se tornam maiores entre os indivíduos que valorizam mais o virtual do que o real e estes acabam por serem escassos, devido ao mau uso da internet como meio para fortalecimento do ego e não para busca de conhecimento e informações.