12 de julho de 2018

Caixa de Sensibilidade

Thayná Alaíde


Minha falta de jeito para dar e receber carinho, de certa forma herdei da minha família e da maneira que fui criada, não tive esse tipo de exemplo dentro de casa. Principalmente da minha mãe, mas deve ser o reflexo da perda de seus pais logo cedo, sinto que ela se fechou para o mundo e deixou de lado a vontade (ou a necessidade) de demostrar carinho. Como ela não teve, deve ter criado a ideia de que todo mundo consiga viver sem, e de que isso signifique ser mais forte.

Por mais que esse “forte” seja apenas uma ilusão, para ela saber educar e dar uns leves esporros é uma maneira de dar carinho e expressar seu amor. Mas com palavras ela não sabe expressar-se, não lembro de ter ouvido um “eu te amo” da minha mãe. Mas também nunca tive a coragem de dizer essa frase repleta de sentimento, com medo de sua reação. E ficamos assim ambas sem falar uma frase simples e cheia de amor.

Educação falha no Brasil

André Freitas

Durante o Brasil imperial, no século XIX, a educação não era algo oferecido a todas as classes sociais, apenas a elite tinha oportunidade de ter contato com a aprendizagem da infância até a fase adulta. Nos dias atuais, é possível enxergar os vestígios dessa cultura, observando as consequências da exclusão social: a dificuldade de inserir o ensino básico e médio e as dificuldades dos jovens proletários na universidade.

Segundo Darwin, o ser que mais sobrevive não é o mais forte, e sim o que mais se adapta as condições do ambiente em que está inserido. Seguindo dessa lógica, não é difícil entender o porquê que grande parte da população se acostumou com as péssimas condições sociais que são expostas. Atualmente, o Brasil ocupa a oitava posição no ranking de países com maior número de analfabetos, sendo a maioria dessa população de classe baixa e com situações de sobrevivência precária. Quando Bezerra da Silva apontou a favela como um problema social, não estava equivocado.

No entanto, durante o início do século XXI, foi-se possível ver alguns pobres adentrarem a universidade por meio de programas oferecidos pelo governo. Se antes o sonho de se tornar um médico era apenas uma realidade do jovem burguês, passou também a ser possível para o estudante de origem humilde. Sendo assim, o rapaz latino americano sem dinheiro no banco, cantado por Belchior, pode ir atrás dessa vaga, a única barreira é a falta de instrução não lhe oferecida.

É difícil adentrar ao mundo das grandes oportunidades educacionais, de trabalho e sociais quando as portas para estes lugares são fechadas. Os donos das chaves que dificultam esses acessos estão com faixas presidenciais, gabinetes, vagas de emprego impossíveis e fazendo críticas nas redes sociais em relação a cotas e aos programas sociais oferecidos. O estudante de classe baixa precisa lidar com sua conta bancária pequena, e também com a alma de tamanho reduzido de tantas pessoas que encontra.

Atingir nota para o vestibular é difícil, mas não tanto quanto lidar com os atuais escravocratas e coronéis disfarçados de eleitores de Bolsonaro ou adeptos da direita reacionária, abismados que não podem impedir ninguém, de forma específica, de viver como um humano preenchido de sonhos e não apenas como alguém que lhe sirva o café.

Inovações Tecnológicas direcionadas para diminuir os problemas da população mais carente

Guilherme Henrique Risso Silva

Alguns tópicos, atualmente, são alvos de discussão, tanto por empresas e faculdades quanto em governos do mundo todo. Alguns desses tópicos podem ser divididos na área de inovações, indústria 4.0, investimentos na tecnologia e na inteligência artificial, afim de convertê-los para favorecer a população. Assim, focando em basicamente todos os elementos citados, um ponto que traria maior diferença seria no amplo investimento nas áreas tecnológicas, favorecendo então a população de baixa renda.
            Nos dias de hoje, vivemos em um mundo no qual quase ninguém fica sem um celular. Isso geralmente é um quesito de crítica, tanto para a saúde física e mental. Entretanto, esse pequeno detalhe pode e vai ajudar muitas pessoas de baixa renda a iniciar e completar seus estudos de diversas formas. O Brasil possui hoje uma taxa de analfabetismo de quase 12 milhões de pessoas e quase metade da população com 25 anos ou mais não tem o ensino fundamental completo. O fato do ensino a distância, por exemplo, ajudaria as pessoas a completarem seu ensino fundamental e ir à procura de um emprego com condições melhores, afinal, na atual situação do país, é extremamente difícil conseguir um emprego sem o ensino fundamental e até mesmo o ensino médio completo.
            Outro fator que seria de suma importância e teria que contar com uma grande e contínua colaboração por parte do governo seria na área da saúde pública, que hoje conta com enormes prejuízos e atrasos, como na parte de agendamentos de consultas e cirurgias, que contam com filas de espera inimaginavelmente longas. O governo fez sim, melhoras e investimentos na parte do SUS e das UPAS, mas sem melhoras nas consultas, nas cirurgias e na agilidades para marcar e realizar as mesmas, o investimento está literalmente parado.
           Uma possível solução para os problemas de investimentos em locais e não conseguir atender a demanda que este serviço gera seria usar parte do investimento em profissionais da área, tanto em médicos gerais e especializados quanto enfermeiros e auxiliares de enfermagem com salários justos, e também o desenvolvimento de aplicativos para agendamentos de consultas e cirurgias, por exemplo.
            Porém, observa-se que, apesar de altos investimentos na área da tecnologia para obter a melhoria e facilitar de alguma forma a população de baixa renda, necessitamos de um alto investimento também da parte do governo para conseguir proporcionar esta melhoria. Logo, com os devidos investimentos, facilitaríamos a vida da maioria da população que utiliza os serviços públicos de saúde.

História de Superação – Daniel Dias

Gabriela Garcia

Ao contrário dos atletas olímpicos que ganham fama após as vitórias em campeonatos, os para-atletas não ganham esse mesmo reconhecimento. A maioria dos atletas que representam o nosso país nas competições mais importantes do mundo continuam sendo desconhecidos para uma grande parcela de pessoas.
É pensando no reconhecimento que a Singular resolveu mostrar para vocês a trajetória de Daniel Dias, o maior medalhista paraolímpico do Brasil.
Daniel de Farias Dias é paulista, de Campinas. Nasceu com má formação congênita da perna direita e dos membros superiores.
A vontade de entrar no mundo dos esportes veio ao assistir uma palestra onde mostrava vídeos de atletas deficientes, mas sua inspiração para a natação realmente veio quando assistiu na TV a boa performance de Clodoaldo Silva nas Olimpíadas de Atenas em 2004, que hoje nada ao seu lado nos jogos.
Em sua primeira competição oficial, conquistou duas medalhas de bronze.
Daniel estreou nos jogos olímpicos no ano de 2008 em Pequim, onde conquistou 9 medalhas. Neste mesmo ano, Daniel Dias recebeu o troféu Lareus World Sports Awards de melhor atleta paraolímpico do ano. Até aquele momento, este prêmio havia sido ganhado por somente três outros atletas brasileiros: Pelé, Ronaldo Fenômeno e Bob Burnquist.
Hoje, aos 30 anos, tem em seu histórico 48 medalhas de ouro, 10 de prata e 3 de bronze e é considerado o maior medalhista paraolímpico brasileiro, sendo frequentemente comparado pelo Michael Felps, um dos melhores nadadores de todos os tempos.
Em suas palestras, Daniel conta a sua história de superação, sempre dizendo que quando o esforço é máximo, tudo é possível, independentemente de qualquer situação. 

Vamos falar sobre Responsabilidade Social?

Laisa Pedralli

Responsabilidade social é tudo aquilo que uma pessoa física ou jurídica pode fazer para que possamos preservar o planeta. Normalmente as pessoas pensam que essa responsabilidade é feita somente por empresas, mas na verdade não. Todos nós somos responsáveis pela preservação, podemos observar isso quando fazemos uma análise interna para saber qual está sendo a nossa postura ativa diante dos problemas do dia-a-dia. As organizações realizam essa análise com maior efetividade pelo poder e influência que tem, atendendo as leis institucionais e mostrando uma boa imagem para ganhar clientes.
Sendo assim, podemos dizer que passa-se por um processo chamado economia de materiais, em que o produto, para ser efetivamente um produto, passa pela extração e é levada para a produção, distribuição, consumo e o tratamento do lixo. Em cada etapa existem pessoas, umas com poderes maiores e outras com poderes menores. As maiores são conduzidas pelo governo e instituições, nos quais tem o compromisso de zelar pela saúde das pessoas e da natureza. Mas nem sempre o processo da extração é feito pensando na saúde da natureza, ou seja, a natureza nos dá recursos e nós extraímos demasiadamente os materiais, fazendo com que a mesma fique debilitada e como consequência nós acabamos ficando também.
Então, adotar uma postura socialmente responsável vai além dos paradigmas da sociedade contemporânea, na qual um estilo de vida orientado para o consumo e o individualismo faz com que a maior parte das pessoas tenham uma posição de espectadora dos problemas sociais, isentando-se da sua responsabilidade como cidadã, que também tem deveres a serem cumpridos. Por isso, a transformação deve começar pelos seres humanos, incentivando as crianças nas escolas com projetos de sustentabilidade e o governo juntamente com as instituições implementando projetos e campanhas para que juntos possamos trazer a mudança.
Já que todos nós sabemos como o planeta é, somente nós podemos decidir como ele vai ser.

Acabando com uma Cultura

Daiane Mendes

Cada dia que passa estamos tomando o espaço do índio. Ao desmatar florestas e construir obras no meio da natureza, não só prejudicamos o povo indígena mas também os animais que habitam nesse ambiente.
O povo indígena sofre muita intolerância, seguido de discriminação racial e social da cultura dominante. Nas escolas comemoram-se o dia do índio, sem ao menos explicar o real significado dessa data, afinal, não é só enfeitar a cabeça das crianças com cocar e pintar o rosto.
Nós como futuros professores, temos que aprofundar-nos mais na cultura do povo indígena, podendo repassar informações interessantes da mesma para as nossas crianças, por tratar-se de uma cultura tão rica.  
Andando pelo centro de São Vicente, podemos nos deparar com mulheres e crianças vendendo objetos que eles mesmos fabricam, entretanto, não damos a devida importância, por muitas vezes acharmos que somos superiores a eles, esquecendo que foram eles os primeiros a habitarem no nosso território que hoje ocupamos, além de esquecermos também do quanto os índios já sofreram e ainda sofrem.
Se visitássemos alguma aldeia indígena, veríamos o quão rica é sua cultura, com suas tradições e comidas, por exemplo. 
A comunidade indígena está sendo aos poucos massacrada pela sociedade. As estatísticas mostram que as tribos estão diminuindo, e junto à elas, a sua cultura, é claro.
Eles tem direito de acompanhar a evolução do mundo, de participar do país, afinal, os direitos devem ser iguais para todos, inclusive para eles.  
A problemática pode ser encontrada na ausência de projetos por parte dos governantes. A comunidade indígena ainda é muito discriminada pela nossa sociedade, logo, se conhecêssemos ela melhor, poderíamos aprender mais com eles e eles com a gente.

A família contemporânea e sua representação em questão no Brasil


Mateus Henrique Freitas Nunes

O conceito de família, segundo os dicionários atuais, é designado como um grupo de indivíduos que possui certo grau de parentesco e/ou convicções semelhantes afetivas compartilhadores de um lar. Porém, apenas hodiernamente, mudanças estão sendo feitas a fim de reconhecer os núcleos familiares que não encaixam-se nos padrões heteronomativos dos quais perpetuam em nossa sociedade durante séculos.
    Ao passo que políticas públicas já são elaboradas com o objetivo de incluir as diversidades em modelos representativos como as leis, ainda é árduo o processo de debate em nossa comunidade, uma vez que as gerações passadas têm como adequado o modelo patriarcal em que mulheres atuavam nos afazeres domésticos enquanto o chefe da casa era encarregado do sustento, assim como viviam Piedade e Jerônimo em O Cortiço. Desde que tal conservadorismo enraizado passou a ser contestado para a juventude mais moderna, nos é demonstrado o quanto o mundo contemporâneo é capaz de revolucionar paradigmas pretéritos.
    É válido reforçar que, por convivermos em um âmbito social, o direito ao cidadão junto a sua probidade deve ser indispensavelmente garantido na prática ao combatermos quaisquer preconceitos, para que seja possível, dessa forma, assegurar a multiplicidade do que é a família. Somado à problemática, a religiosidade também detém de grande influência nos discursos que defendem o princípio do parentesco tradicional brasileiro e dos valores morais que nosso país carrega, o que dificulta o processo de desconstrução ideológica do modelo antiquado para a nossa contemporaneidade democrática e laica.
    Por esses aspectos, cabe ao Estatuto da Família reestruturar as leis que padronizam a constituição do grupo parental com o propósito de fazer jus à vida coletiva. Também é imprescindível que os telejornais nacionais produzam matérias em que mostre-se a evolução e contribuição que tais diferentes conjuntos apresentam para a melhoria da consciência comum, executando, assim, plena democracia em uma pátria que vai muito além do verde e amarelo.


A verdadeira felicidade

 Imad Majzoub

Prazeres mundanos, 
Externos ao corpo,
Só podem lhe dar,
O eterno alvoroço.

Prazeres intrínsecos,
Motivos da alma,
Só podem lhe dar,
A felicidade almejada.

Não se confunda.
Não perca a cabeça.
A vida é tão bela,
E cheia de surpresas.

Olhe para frente,
Além do limite.
Almeje o verdadeiro,
E não se subestime.


Explicação do poema:

Os prazeres desse mundo, os quais iludem o homem, fazem a sociedade caminhar para uma vida fútil, onde nada de verdadeiro e duradouro pode ser alcançado, exceto a insatisfação.

A real felicidade provém de algo maior. Muitos dizem que vem da realização humanitária, porém, ao meu ver, ​provém única e exclusivamente de seguir os mandamentos de Deus.

Não caia na ilusão de que conquistar as ambições dessa terra lhe fará feliz, e não aborreça-se por isso. 
Não significa que devemos nos privar dessa estadia, pelo contrário, temos que aproveitar o máximo das coisas boas dessa terra, porém, sempre de forma lícita.

Tente ver diferente, tente pensar diferente, a vida vai muito além do que você imagina, quando conseguir enxergar o verdadeiro caminho, verá que você pode ser muito mais do que objetos, pode ser feliz.


“Uma mãe bem diferente”

Mateus Freitas da Silva

Todos nós temos mães diferentes. Uma mãe é mais brava, outra é mais divertida, a vizinha que também é mãe ama cozinhar receitas deliciosas para o seu filho, e por aí vai. Todas diferentes, entretanto com algo em comum: ser mãe. A história que se passa no livro mostra exatamente isso.
Joana mora com a mãe e a avó em um pequena casa. Porém a mãe de Joana sofre de uma doença psiquiátrica e vira e mexe apresenta surtos e paranoias, tudo isso na frente da pequena garota, ocasionando em situações pra lá de complicadas. E essa é a questão. Durante a história, Joana se questiona o porquê de ter uma mãe tão diferente, ela não entendia o porquê de sua mãe surtar, o porquê de sua mãe dizer que existiam mais pessoas no local sendo que tinha apenas a própria Joana e a avó. “Doença” era a palavra que a Dona Celeste (avó) dizia para a neta sobre o surtos da mãe, porém para Joana, estar doente é ficar com febre, ter tosse e outros sintomas, mas gritar e quebrar os seus brinquedos não parecia ser uma doença, não para ela. Dessa maneira, a história desenrola-se, apresentando mais personagens, pequenos conflitos e diálogos, até chegarmos na última página sem perceber.
O livro apresenta a visão de uma pequena garota vivendo e se questionando sobre tudo ao seu redor. Os lindos desenhos feitos pela Flávia Marinho e Melissa Ferrauche ilustram bem esse cenário, deixando a história mais bonita e colorida. E por fim, não importa a sua idade, a leitura dessa história vai te emocionar e te fazer torcer por um final feliz.

Livro "Uma mãe bem diferente" de Giselle Larizzatti Agazzi (Chiado Editora Kids)