Giselle Larizzatti Agazzi
Um dos fenômenos que mais me assusta nos dias de hoje é a falta de tempo que os
homens têm para, como diria meu avô António, “trocar dois dedos de prosa”.
“Dialogar”, para os que gostam de pesquisar a etimologia das palavras, remonta
o sentido da comunhão entre as pessoas: da fusão das palavras gregas “dia” e
“logos”, um dos significados é exatamente o de construir sentidos através de
palavras que se encontram e se enfeixam em novos pensamentos.
O diálogo, pois, é o encontro entre os
discursos. E aqui está o valor da conversa descompromissada.
Não raras vezes,
entramos na sala dos professores e vemos todos eles (todos nós!) cheios de
coisas a fazer, correndo de um canto a outro, imprimindo, recebendo aluno,
corrigindo prova, preparando aulas...e a vontade de conversar vai se
intimidando diante dos compromissos do dia que devem ser cumpridos.
Entretanto, e é aqui
que reside a vida verdadeira, resistem as “brechas” do tempo: um dia
ensolarado, nosso colega Ricardo Belchior comentou rapidamente sobre um aluno brilhante
da Engenharia Química.
Logo me interessei,
porque, tendo como última entrevista a do Reitor, nada mais justo do que
entrevistar um estudante, para fecharmos o ciclo. Das integrantes do grupo
Palavras Conectadas da FEI, vi os olhos brilharem com a proposta de
conversarmos com um colega. Ao nosso convite, Allex Cabral respondeu
prontamente e conosco compartilhou seu “entusiasmo”, outra bela palavra, quando
conhecida por dentro dos seus sentidos etimológicos. Mas esses outros sentidos
ficam para serem iluminados pelos espectadores/leitores que seguramente se
entusiasmarão com a entrevista concedida por ele.