Leonardo Melo
No livro Por
que fazemos o que fazemos?, de autoria do filósofo e escritor Mario Sérgio
Cortella, o autor nos indaga sobre nossos propósitos e objetivos, isto é: o que
fazemos em nossas vidas tem, em si, algo adiante? Caso a resposta seja “não”, é
o momento para começar a se preocupar e entender porque a monotonia e a rotina
podem nos tornar infelizes.
No segundo capítulo, denominado Eu robô? Não, Cortella comenta sobre diferenças de sentimentos que
podem ser normais ou antinaturais. De semana a semana é comum na vida adulta,
estudantil ou de atarefados que a rotina seja naturalmente imposta em nossas
vidas, pois ela determina quem você é. O problema não está na repetição, mesmo
que seja exaustiva, pois um descanso resolveria e você estaria ali para
recomeçar no dia seguinte. O fator determinante do problema não é no “caminho”
ou nas “pedras” que fundamentam sua jornada, e sim, como você encara o
problema.
Se ao acordar, você se sente cansado, saiba que é
comum, pois você tem em mente que esse esforço é necessário para que alcance o
objetivo, e no fim, poderá então disfrutar dessa dedicação. Porém, se ao
acordar, você não encontra o motivo de fazer determinada atividade – mas
o faz por ser necessário – e não encontra seu disfruto futuro – a
finalidade do feito –, está então na hora de estabelecer metas.
Para Cortella, desempenhar uma tarefa por necessidade,
apesar de frustrante, não é um ponto crucial para aqueles que não tenham
objetivos, pois para qualquer busca ou meta, é necessário o esforço; a
abdicação de algo; os momentos difíceis e longos. Não existem atalhos, por
exemplo: sonhar ser um pintor. É fácil imaginar-se renomado, genial, recebendo lindas
mensagens e orgulhar-se de sua imagem. Difícil é entender que, para ser um
grande pintor, há uma história, e que no meio dessa história, momentos frustrantes
ocorrerão, como: galerias não sendo vendidas; momentos de escassez de ideias;
críticas.
O fator crucial então, no meu ponto de vista, diante
dos conceitos e comparações feitas por Cortella, é que, imaginar que tudo será
fácil, ou viver como um robô – sem saber onde chegar –, é o que
te faz sentir frustrações constantes. Estabelecer metas é fundamental, pois o
caminho é o mais importante. Ninguém vive de seus sonhos. Vivemos de desafios.