3 de setembro de 2017

Fazemos o que fazemos porque precisamos fazer

Pedro Corrêa Costa

Capítulo 2 do livro “Por que fazemos o que fazemos?”- denominado Eu, Robô.

Cortella invoca a ideia de alienação em primeiro plano. Mais do que uma crítica, o autor nos faz pensar sobre situações vividas no dia-a-dia que passam despercebidas pelos nossos olhos, ou seja, Cortella consegue nos mostrar que até mesmo as pessoas que mais se preocupam com questões do cotidiano estão de alguma forma alienadas ou até mesmo “cegas” para situações recorrentes da vida.

Usando exemplos como o de Karl Marx e a sua teoria, Cortella faz uma referência ao conceito de liberdade de Marx e traz uma interessante ideia; existem dois tipos de liberdade em que um indivíduo inserido na sociedade pode desfrutar: a liberdade para e a liberdade de. As duas precisam ser conceituadas para um melhor entendimento. Um ser “livre para” tem escolhas, ou seja, ele pode simplesmente deixar de trabalhar por qualquer motivo, seja ele por estresse, diversão ou hobby. E existem as pessoas “livres de”, livres da fome, do desemprego, entre outras coisas. Mas ao redor desses indivíduos, há indivíduos (um grande número por sinal) de pessoas que não possuem esse tipo de escolha, fazendo com que a necessidade de sobrevivência seja sua única fonte de inspiração para se manter de fato vivo.

É nesta “exclusão” de liberdade, que a maior causa da alienação reside. Nem todo mundo pode simplesmente deixar o trabalho maçante de lado para ter mais qualidade de vida, muitas vezes as pessoas são submetidas a esse tipo de trabalho, pois é a única forma de elas acharem as ferramentas básicas de sobrevivência, como ter comida na mesa, um teto seja ele de qualquer forma e para garantir o sustento de sua família.

Cortella se refere a essa classe de indivíduos como “robôs”, uma palavra proveniente do Tcheco “robota” que significa “escravo”. É dessa forma que muitas pessoas são vistas em um mundo como o nosso: escravos do sistema. O que muitos de nós não sabemos, mas esse livro nos ajuda a entender melhor, é que nós em nossa grande maioria somos escravos de um sistema e nem sequer nos damos conta disso.

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