12 de novembro de 2018

Depressão: O grande transtorno da sociedade moderna

Suzana de Luna Silva 

Conhecida como "O mal do século XXI", a depressão é uma doença moderna que acomete principalmente jovens de faixa etária entre 14 e 20 anos, em conformidade com pesquisas realizadas pelo mundo. Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), o Brasil contava com 5,8% da população sofrendo de depressão em 2016, que corresponde em média, 11,5 milhões de brasileiros. Ainda conforme a OMS (2016), entre os países da América Latina o Brasil é o que possui maior número de pessoas com depressão e, além disso, essa doença afeta 322 milhões de pessoas no mundo, fazendo com que a mesma torne-se a segunda maior preocupação em termos de saúde pública no planeta até então.
   Convém frisar que, a depressão se dá através de vários fatores e estão intrinsecamente associados à dor emocional, sendo ela incomparável com a dor física e até mesmo em relação às consequências que causam a mesma. Por vezes, o possível motivo de uma pessoa ter depressão são traumas sofridos, advindos de abusos e violência em geral e podendo ser causado também por frequentes eventos estressantes, como um divórcio, gravidez ou problemas familiares. Em casos aparentemente isolados, as mulheres têm mais tendência de desenvolver o distúrbio por conta da instabilidade hormonal a que estão sujeitas, além de eventos estressantes como o parto. O fato de idosos, na maioria dos casos, encontram-se socialmente isolados, aumentando assim o risco de depressão nesta faixa etária.
   A falta do entendimento dos mecanismos biológicos e sociais que desencadeiam a depressão e seus sintomas, fazem com que o indivíduo avaliado com depressão seja visto como uma pessoa fraca, dramática e infeliz diante da sociedade, e esse estigma expõe a ideia de que ele escolheu ficar assim e, portanto, só depende dele sair desse quadro. Com isso, a depressão acaba sendo negligenciada tanto pela sociedade, quanto pelos indivíduos que a tem, agravando cada vez mais tal adversidade, e em muitos casos, levando ao suicídio, que atualmente conta com percentuais relevantes nos noticiários.
   Portanto, medidas são necessárias para atenuar a problemática. É importante que a nação preste a devida atenção e assistência frente a presença dessa doença, na qual ganhou muito espaço na vida das pessoas atualmente, para que elas possam receber o amparo necessário. Aliás, a compreensão da família e amigos é essencial. Para tanto, mais informações acerca do assunto é relevante, como mais comunicação nas mídias e palestras nas instituições de ensino e postos de saúde para discutirem os mecanismos e sintomas da doença, a fim de instruir a população de modo geral, para que assim haja intervenção sobre o caso e as pessoas que se diagnosticam depressivas não sintam-se desamparadas na sociedade, o que é de suma importância, já que a própria doença faz sentir-se isolado. Além disso, o ideal seria o aumento da viabilidade de centros especializados no Sistema Único de Saúde (SUS) para o tratamento da doença, de modo que todos tivessem acesso de maneira menos burocrática, afinal, a urgência que esses serviços demandam hoje em dia faz com que o auxílio em locais públicos sejam essenciais para atender os menos providos de recursos em geral. E como disse Augusto Cury, psiquiatra, professor e escritor de livros de psicologia aplicada: "Nunca despreze uma pessoa deprimida, a depressão é o último estágio da dor humana".

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