André Freitas
Durante o Brasil imperial,
no século XIX, a educação não era algo oferecido a todas as classes sociais,
apenas a elite tinha oportunidade de ter contato com a aprendizagem da infância
até a fase adulta. Nos dias atuais, é possível enxergar os vestígios dessa
cultura, observando as consequências da exclusão social: a dificuldade de
inserir o ensino básico e médio e as dificuldades dos jovens proletários na
universidade.
Segundo Darwin, o ser que mais sobrevive não é o mais forte, e sim o que mais se adapta as condições do ambiente em que está inserido. Seguindo dessa lógica, não é difícil entender o porquê que grande parte da população se acostumou com as péssimas condições sociais que são expostas. Atualmente, o Brasil ocupa a oitava posição no ranking de países com maior número de analfabetos, sendo a maioria dessa população de classe baixa e com situações de sobrevivência precária. Quando Bezerra da Silva apontou a favela como um problema social, não estava equivocado.
No entanto, durante o início do século XXI, foi-se possível ver alguns pobres adentrarem a universidade por meio de programas oferecidos pelo governo. Se antes o sonho de se tornar um médico era apenas uma realidade do jovem burguês, passou também a ser possível para o estudante de origem humilde. Sendo assim, o rapaz latino americano sem dinheiro no banco, cantado por Belchior, pode ir atrás dessa vaga, a única barreira é a falta de instrução não lhe oferecida.
É difícil adentrar ao mundo
das grandes oportunidades educacionais, de trabalho e sociais quando as portas
para estes lugares são fechadas. Os donos das chaves que dificultam esses
acessos estão com faixas presidenciais, gabinetes, vagas de emprego impossíveis
e fazendo críticas nas redes sociais em relação a cotas e aos programas sociais
oferecidos. O estudante de classe baixa precisa lidar com sua conta bancária
pequena, e também com a alma de tamanho reduzido de tantas pessoas que
encontra.
Atingir nota para o vestibular é difícil, mas
não tanto quanto lidar com os atuais escravocratas e coronéis disfarçados de
eleitores de Bolsonaro ou adeptos da direita reacionária, abismados que não
podem impedir ninguém, de forma específica, de viver como um humano preenchido
de sonhos e não apenas como alguém que lhe sirva o café.
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