Guilherme Lobo
Aos meus 8 anos de idade, fui diagnosticado com Síndrome
de Tourette. Foi uma surpresa. Tudo começou quando, após várias reclamações dos
professores e uma série de problemas na escola (não sabendo do que tratava-se e
se haveria cura ou não), meus pais me levaram ao médico, pois não aguentavam
mais as queixas de atitudes estranhas em aula. Depois da consulta, foi onde aprendi
que tratava-se da TOURETTE - distúrbio neuropsiquiátrico caracterizado por
tiques múltiplos, motores ou locais.
Foi muito difícil na escola e em lugares de lazer. Era
impossível assistir um filme com pessoas, afinal os tics nervosos são, de certa
forma, perturbadores, mas nunca deixei a doença vencer. Logo, fui
aproximando-me mais dela, explicando para as pessoas o que é a Tourette. Muitas
dessas pessoas até hoje perguntam-me centenas de dúvidas relacionadas a essa doença,
sendo na maioria das vezes engraçadas e outras muito bem formuladas. Podemos
dizer que as mais frequentes são: Isso dói? É contagioso? E tem cura?
Claro que eu caio em gargalhadas, mas em diversas vezes respondo
a mesma coisa: eu não sinto dores, não é contagiosa e ainda não existe cura. É
muito complicado lidar com isso no meu dia a dia. Entretanto, há cerca de 2 anos,
venho melhorando significamente a minha ansiedade e meus tics, através da
pratica de exercícios e da resiliência nas diversas situações, que é tão
importante. Meus tics aumentam quando estou muito ansioso, logo, sempre procuro
manter-me calmo no meu dia a dia para assim também manter a síndrome sempre em
ponto de paz.
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