6 de setembro de 2017

A Nova Alienação

Letícia França da Cruz

A alienação do trabalho é um tema que continua presente em nossa sociedade. Desde a Revolução Industrial, com o início da era das máquinas, os trabalhadores começaram a se familiarizar com funções repetidas e perderam a capacidade de perceber a finalidade de suas tarefas. 

No século atual, mesmo com o avanço tecnológico, muitas pessoas ainda exercem funções “robóticas” e não sabem a razão pela qual as estão exercendo. O hábito de sempre fazer a mesma coisa, sem questionamento leva o individuo a alienação e, consequentemente, a desmotivação.

Segundo o filósofo Mario Sérgio Cortella – “Porque fazemos o que fazemos”, a falta de liberdade do indivíduo em relação à escolha do que fazer é oriunda da má distribuição do trabalho, onde muitos são sobrecarregados com excesso de tarefas enquanto uma minoria possui liberdade para mudar sua rotina, pois não são prisioneiros de suas necessidades.

Apesar da melhoria nas condições trabalhistas em comparação com os séculos passados, muitos indivíduos ainda não enxergam um propósito no que exercem e não se reconhecem em suas funções. Isso gera insatisfação e um exército de pessoas reféns de suas necessidades, que realizam tarefas apenas para sobreviver.

O reconhecimento e a satisfação no que se faz é algo primordial para a satisfação humana. Ninguém atinge a plenitude com um emprego infeliz, onde não enxerga a si mesmo e onde não se motiva. Seria muito simples dizer que cada qual é responsável pela sua própria felicidade ou pela sua auto realização, mas o fato é que muitas pessoas por estarem “algemadas” às suas necessidades, não possuem o poder de escolher o que fazer com o próprio tempo.

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