6 de maio de 2016

Reflexões para um Perplexo – I

Perplexo. Definição do dicionário: (adjetivo), espantado, admirado, atônito. Destas três definições a que melhor se põe para os dias de hoje é, com certeza, a terceira. Pelo menos para mim é. Sou com certeza, um perplexo diante dos acontecimentos atuais. Para sair deste estado, a reflexão é o melhor caminho.
Pois bem, quero trazer alguns pontos para reflexão. Digo para reflexão, pois o que se segue são observações e ideias. Observações devem ser conhecidas. Ideias devem ser debatidas. Convido você para um debate destas ideias: comigo e principalmente com seus pares (familiares, amigos e colegas de trabalho).
O primeiro ponto diz respeito aos acontecimentos políticos que estão nos colhendo como uma verdadeira avalanche. Somos bombardeados diuturnamente com notícias sobre a crise política que assola o país e nos dá as consequências (algumas delas nefastas) que vemos.
Vou me ater a um ponto que considero importante, com uma pergunta: qual a causa de tudo isto? Pois é claro que não foi uma invenção do diabo! Sem dúvida há pessoas corruptas. Mas temos que pensar que desvios desta natureza não são exceção, infelizmente (pense sobre isto, profundamente).
O que quero chamar à sua atenção é uma das causas estruturais. O regime político brasileiro na esfera federal é presidencialista, ou seja, elege-se um presidente, que é o chefe do poder Executivo. Pois bem, na estrutura do chamado mundo democrático, o estrato governante de uma nação divide-se em três poderes autônomos: o Executivo, o Legislativo e o Judiciário (claro que você já sabe de tudo isto, mas é sempre bom lembrar!)
O poder Legislativo incumbe-se de regulamentar as diretrizes para o executivo na forma de leis e peças normativas às quais o executivo deve submissão. Pois bem, para poder colocar em execução um plano de governo (seja ele qual for) O Executivo necessita da aprovação do legislativo. É ai que começam os males: há necessidade de convencimento do Legislativo por parte do Executivo para aprovação destes planos.
Num ambiente ideal, o debate de ideias deveria conduzir esta negociação. Entretanto não é o que se observa (se acompanharmos o processo, coisa que raramente fazemos!). Há uma verdadeira barganha: troca de favores, nomeações para ministérios, autarquias, etc.
OK e daí? Qual o problema estrutural de que você falou? Perguntaria você. Pois bem, vou responder (e aí exponho minha ideia para debate): o nosso sistema eleitoral. Ele mistura as eleições majoritárias com as proporcionais. As majoritárias são as de presidente, governadores e prefeitos. As proporcionais são para os deputados federais, estaduais e vereadores.
No processo eleitoral misturado, o foco nas campanhas é para os cargos majoritários. Pouca ou nenhuma atenção se dá às teses dos candidatos a deputados e vereadores. O clima comum é de se escolher alguém para votar nesses cargos por indicação de amigos e conhecidos, busca nas listas de um partido e, o que é pior, nomes que se destacam em outras atividades e ingressam na vida política!
Pois é! Este é um dos problemas, pois elegemos um poder, veja bem, um poder! O legislativo sem critério. E ele afetará toda a vida da nação com suas ações! Precisamos pensar nisso.
Minha ideia para isto é começarmos por propor uma mudança no sistema eleitoral separando as eleições majoritárias das proporcionais. Não é uma tarefa fácil, mas precisamos começar. O começo pode ser a discussão no seu âmbito: o familiar, o de trabalho e círculo de amizades. Este processo, a discussão, é muito saudável, pois novas ideias podem surgir. Mas o principal produto é a politização: precisamos discutir, ter opinião, deixar de sermos o gado conduzido!
Discuta!


Texto por Newton Libanio Ferreira

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