25 de outubro de 2016

A Meta

A Meta é um livro de Eliyahu M. Goldratt que conta a experiência de um gerente de uma fábrica chamada UniCo, Alex Rogo.
Alex está com problemas em administrar a sua empresa: cheio de pedidos atrasados e problemas para resolver. Como forma de resolver o problema com os pedidos atrasados, a fábrica dava prioridade aos clientes que reclamavam do atraso, parando de fazer o que estava fazendo para fazer o pedido desse cliente.
Certo dia, Alex chega em sua fábrica e recebe a notícia de que Bill Peach, o vice presidente, o estava procurando. O motivo é mais uma reclamação de pedido atrasado, porém, para este pedido, os custos foram mais altos. Além disso, Bill Peach revela que se a fábrica não melhorasse em três meses, ele teria que fechá-la. Com toda essa pressão, seu casamento também não ia bem. Alex ficava até tarde na fábrica e, por isso, muitas vezes chegava depois do jantar, perdendo cada vez mais o contato com sua esposa e filhos.
Durante uma reunião, Alex, ao ver um charuto esquecido no bolso do seu paletó, se lembra de uma conversa que teve com seu antigo professor de física, Jonah, e pensa que talvez ele pudesse o ajudar com os problemas na fábrica.
Ao ligar para Jonah, Alex conta a situação da empresa, como estavam decaindo e o prazo para melhorá-la. Jonah, que parece entender muito bem a situação, lhe pergunta qual é a meta da fábrica e Alex não soube responder corretamente. Então, após essa conversa, Alex não deixa de pensar qual seria a meta da fábrica, se é a eficiência, qualidade ou outra coisa. Após incertas conclusões, Alex acerta a resposta: dinheiro. A meta da fábrica é ganhar dinheiro.
Após contar para sua equipe sobre a situação da empresa, todos decidem que precisam agir logo para evitar o fechamento e, assim, salvar seus empregos. Agora que já sabiam qual era a meta, faltava descobrir o que fazer para atingi-la, mas as coisas não são tão fáceis, então, novamente, Alex procurou Jonah para ajudá-lo.
Jonah conta que existem três regras operacionais para o gerenciamento de uma empresa: o ganho, que é garantido pelas vendas; o inventário, que é o investimento de dinheiro em coisas que pretende vender e a despesa operacional, que é o dinheiro que a empresa gasta para transformar o inventário em ganho. Com essas definições, Alex e sua equipe saem em busca de tudo que possa interferir no ganho da empresa e descobrem que muitos dos robôs deixavam pilhas em excesso.
Em outro encontro, Jonah explica o que são flutuações estatísticas e eventos dependentes. Alex entende melhor como funcionam ao acompanhar o filho em uma excursão com outras crianças, na qual ele era o líder. Um garoto chamado Herbie, que era mais pesado e carregava coisas mais pesadas, determinava o ritmo da fila atrás dele, às vezes indo mais devagar e às vezes mais rápido, atrasando ou não o restante dos meninos, que andavam cada um num ritmo diferente. Logo, flutuações estatísticas seriam os diferentes ritmos e os eventos dependentes seriam o fato de que cada um depende do ritmo do outro para ir mais rápido ou mais devagar.
Ao chegar em casa, a mulher de Alex não está mais lá. Havia ido embora por causa da falta de atenção que ele a dava por causa da fábrica e o deixou com seus dois filhos. Ele teve, então, de pedir ajuda a sua mãe para cuidar dos filhos até Julie aparecer.
No outro dia, ao chegar na fábrica, Alex contou tudo que aprendeu no final de semana e eles determinaram os gargalos e os não-gargalos. Gargalos são as máquinas que podem atrasar o processo e, por isso, não podiam parar. Os não-gargalos são as outras máquinas que não costumam atrasar no processo. Para ajudar os operários a saberem qual lote produzir primeiro, foram colocadas etiquetas verdes e vermelhas para fácil entendimento de quais peças passariam pelos gargalos – as com etiquetas vermelhas. Assim, a fábrica dava mais atenção às peças que passariam pelos gargalos, produzindo-as primeiro e entregando o produto no tempo certo. Essas medidas ajudaram a empresa a aumentar o lucro, além de reduzir o inventário.
Alex, agora com menos pressão na fábrica, decide ir atrás de Julie e a trata de forma diferente – dando muito mais atenção e procurando reconquistá-la. Após alguns encontros eles finalmente voltam, porém melhores.
Todas as medidas tomadas por Alex e sua equipe colaboraram com o desempenho da fábrica, aumentaram o lucro, a satisfação dos clientes e trouxeram novos clientes. Com o resultado de todo seu trabalho, Alex é promovido a diretor da divisão, cuidando de mais duas fábricas. Sua equipe também é promovida, fruto do bom trabalho que fizeram. Alex agora deve saber como cuidar das três fábricas, aplicando seu novo método, para garantir que a meta seja atingida.

O livro possui uma linguagem de fácil compreensão e, ao deixar de ser apenas técnico, introduzindo um romance e toda uma história, prende a atenção do leitor a cada capítulo e garante o entendimento, oferecendo uma leitura rápida e prazerosa.
Abordando temas como a reengenharia e o processo de melhoria contínua de uma forma de fácil compreensão, muitos conseguem entender melhor o conceito dessas expressões e até mesmo aplica-las em suas áreas.
O entendimento de sistemas e do quanto um depende do outro também mostrou que quando o funcionário se sente importante, tem um objetivo a cumprir sabendo que vai colaborar com o seu trabalho, ele garante um produto de melhor qualidade e mais eficaz.

As perguntas que Alex fazia mostram as dificuldades ao se deparar com algo novo, tendo que esquecer um velho paradigma e aprender tudo novamente. Muitas coisas lógicas passavam despercebidas por causa desses antigos padrões que a fábrica utilizava, já que todas as outras fábricas também utilizavam e não faria sentido mudar isso. Sem a ajuda de Jonah, que serviu como um mentor, Alex não teria chegado onde chegou, nem teria sua fábrica após os três meses. Jonah, ao questionar os paradigmas da empresa, apontando onde estava o erro, colaborou para que tanto a fábrica quanto Alex e sua equipe crescessem e se tornassem melhores, garantindo um melhor desenvolvimento para todos.

Larissa Tavares Serra
Resenha: A Meta – Eliyahu M. Goldratt

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