Por mais que o termo “Inteligência Artificial” esteja empiricamente relacionado
aos avanços técnico-científicos do século XXI, seu conceito remete ao período
histórico dos filósofos gregos. Aristóteles por exemplo, pensava em formas de não
necessitar da mão de obra escrava, tendo um objeto que por vontade própria
oferecesse meios para a sua autogestão. Platão, em sua concepção sobre o
inatismo, aponta o caminho para a autoaprendizagem, idealizando assim o que hoje
conhecemos por ciência cognitiva.
Com o desenvolvimento da ciência, do método científico e com a
reestruturação do que na antiguidade clássica era o trivium e o quadrivium, temos a
Inteligência Artificial como conhecemos hoje. Esta se ramifica em muitas áreas, que
vão desde a psicologia e biologia, até a filosofia. É uma área da ciência da
computação que busca maneiras de não apenas resolver problemas lógico-
matemáticos, mas de criar o que seria um pensamento próprio, onde um programa
não necessite de alguém para desenvolvê-lo, ele mesmo se desenvolveria através da
autoaprendizagem e procuraria formas de se adaptar e contornar qualquer problema.
A exemplo, utilizando redes neurais artificiais, o laboratório DeepMind, do
conglomerado Google, desenvolveu um robô chamado AlphaGo, capaz de se
aperfeiçoar com treinamentos por aprendizagem de máquina, derrotando assim um
campeão mundial no jogo chinês Go, um jogo que requer estratégia e até mesmo
intuição humana em determinados momentos.
A Inteligência Artificial nada mais é do que uma estrutura que vem sendo
aperfeiçoada diariamente por consequência dos avanços tecnológicos e científicos. É
algo imenso que tende a ascender com o intuito de proporcionar mais conforto e
comodidade ao ser humano.
O arcabouço é de um computador que conseguiu ganhar de um campeão
mundial em um jogo. A conjuntura leva a uma tecnologia capaz de se aprimorar
sozinha, e no futuro ser uma ferramenta de auxilio da humanidade com a finalidade
de resolver problemas, podendo até mesmo auxiliar na medicina.
Em contra partida, Stephen Hawking afirmou que um sistema, ao ficar cada
vez mais inteligente, pode representar um perigo para o ser humano. Redes
autônomas interagindo com questões de segurança coletiva, privacidade e decisões
emocionais sem duvida é um temor compartilhado por inúmeras pessoas, muitas
vezes por não saberem o que esperar de uma tecnologia nova como esta, que ganha
mais espaço diariamente nos círculos tecnológicos, por mais que seu conceito seja
oriundo da antiguidade clássica.
Ainda estamos distantes de uma realidade onde a Inteligência Artificial pode
aprender coisas com a mesma flexibilidade que o ser humano. Interagir com sutilezas
e tomar decisões éticas complexas são coisas que cabem ao Homem. Mesmo sendo
superiores em alguns aspectos, os computadores não apresentam potencialidades
encontradas em um humano, que é capaz correlacionar aspectos intelectuais e
emocionais.
É natural para o ser humano agir em determinadas situações com mais
tolerância, algo impossível para robôs, pelo fato de serem estruturados
primordialmente, e atualmente, exclusivamente pela lógica. Até o momento as redes
neurais artificiais foram usadas para tarefas específicas, como derrotar um campeão
mundial em um jogo, por exemplo.
O caminho ético que deve ser tomado ao ponto de garantir tecnologicamente
que um robô seja capaz de tomar decisões difíceis e agir como um humano fora
retratado por Isaac Asimov, onde ele expressou em meados da década de 50 que
uma máquina autônoma não deve ferir um ser humano ou, por inércia, permitir que
um humano seja ferido.
Os benefícios que esta tecnologia pode oferecer são reais, a comodidade de
um gerenciamento doméstico ou a funcionalidade de uma máquina que possa
interagir sem demonstrar ser uma máquina, ao ponto de compreender perfeitamente
diversos idiomas do planeta, juntamente com sua escrita, é algo formidável.
No entanto, é preciso ressaltar que um sistema inteligente tende a simular e a
se desenvolver a partir de um referencial humano, podendo errar como nós, assim
como fazemos em momentos de aprendizado. O próprio AlphaGo perdeu uma partida
das cinco que foram disputadas com Lee Sedol. Antes de usufruir dos benefícios
desta tecnologia é preciso superar declives a estar atento a eventualidades e
singularidades, de forma a superá-las quase que de imediato, da forma mais
competente possível.
Gabriel Ribeiro
2º Ciclo Noturno Ciência da Computação
1º Semestre 2016 – FEI-SBC
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